Bem-Vindos!

sábado, 22 de novembro de 2008

PARA REFLETIR - UM ALERTA PARA OS PAIS!!!

Criando um Monstro


O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental?


Permissividade da sociedade?


O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela NÃO quis falar comigo'.



A garota disse NÃO, NÃO quero mais falar com você.

E o garoto, dizendo que ama, NÃO aceitou um NÃO. Seu desejo era mais importante.


NÃO quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.

Mas ontem, enquanto NÃO conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o NÃO da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros NÃOS nessa história toda.


Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19.


Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.


Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida.

Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.


Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador converssasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse NÃO nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de NÃOS.


Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer NÃO às crianças.

Mulheres ainda têm medo de dizer NÃO aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer NÃO às esposas ).

Pessoas têm medo de dizer NÃO aos amigos.

Noras que NÃO conseguem dizer NÃO às sogras.

Chefes que NÃO dizem NÃO aos subordinados.

Gente que NÃO consegue dizer NÃO aos próprios desejos.

E assim são criados alguns monstros.


Talvez alguns NÃO cheguem a sequestrar pessoas.

Mas têm pequenos surtos quando escutam um NÃO, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'NÃO posso traumatizar meu filho'. E NÃO é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.


Outros gastam o que NÃO têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.

Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:

NÃO, você NÃO pode bater no seu amiguinho.


NÃO, você NÃO vai assistir a uma novela feita para adultos.

NÃO, você NÃO vai fumar maconha enquanto for contra a lei.

NÃO, você NÃO vai passar a madrugada na rua.

NÃO, você NÃO vai dirigir sem carteira de habilitação.

NÃO, você NÃO vai beber uma cervejinha enquanto NÃO fizer 18 anos.

NÃO, essas pessoas NÃO são companhias pra você.

NÃO, hoje você NÃO vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.

NÃO, aqui NÃO é lugar para você ficar.

NÃO, você NÃO vai faltar na escola sem estar doente.

NÃO, essa conversa NÃO é pra você se meter.

NÃO, com isto você NÃO vai brincar.

NÃO, hoje você está de castigo e NÃO vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo NÃO é só deles. E aí, no primeiro NÃO que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha.


Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

NÃO estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um NÃO. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças NÃO é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns NÃOS de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer NÃO a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O NÃO protege, ensina e prepara.


Por mais que seja difícil, eu tento dizer NÃO aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os NÃOS que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.


ARTIGO PUBLICADO NO JB, DA DRª MARIA ISABEL, PROFESSORA DE PSICOLOGIA, DENOMINADA AQUI DE 'O NÃO DE ELOÁ'.

Isabel Alves - Centro de Apoio e Defesa da Cidadania-RJ

Encaminhado por sua aluna Danielli Pinho.

domingo, 16 de novembro de 2008

Estudando Matemática - Todos à Lousa! 4ª Série B



Educação Ambiental - Alunos da E.M. Padre José de Anchieta assistem Palestra da SANEPAV


Educação Ambiental e Coleta Seletiva

Nos últimos anos, a coleta seletiva tem sido lema cada vez mais lembrado pela sociedade.
Porém, é importante salientar que existem fatores que garantem as regias básicas de segurança e higiene fundamentais para que a colela seletiva e a reciclagem do lixo funcionem conjuntamente e resultem em um processo ambiental adequado aos dias de hoje. Dentro desses fatores destacam-se a estocagem do material, o transporte e o processamento que dependem do transporte e processamento desses materiais.










Fonte: http://www.sanepav.com.br/principal.htm

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ida ao Cinema virou Diversão do mesmo jeito - 4ªs Séries

Mesmo não dando certo, a ida ao Cinema, no dia 06 de novembro, período da manhã, pois faltou energia elétrica na cidade e a projeção do Filme não pode "rolar"..., os alunos das 4ªs Séries da E.M. Padre José de Anchieta aproveitaram de montão e curtiram a caminhada e os Parquinhos à beira-mar.
O que importa é estar junto com os colegas, brincar e se divertir...
Quem sabe, da próxima vez, não chova... e o filme "Pequenas Histórias" possa ser visto numa boa! Mas valeu assim mesmo!!!











sábado, 1 de novembro de 2008

Bullying: brincadeiras que ferem



Ameaças, agressões, humilhações... a escola pode se tornar um verdadeiro inferno para crianças que sofrem nas mãos de seus próprios colegas, ainda mais nos dias de hoje, em que a internet pode potencializar os efeitos devastadores do bullying. Você sabe o que é isso? Onde e como ele ocorre?

Por: Rafael Argemon


Colaboraram: Beatriz Rizek e José Alves

Você já ouviu falar de bullying? O termo em inglês pode causar estranhamento a muita gente, mas as atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam, agridem e humilham pessoas – tão comum entre crianças e jovens – é muito familiar a todos. A palavra inglesa 'bully' significa valentão, brigão. Atos como empurrar, bater, colocar apelidos ofensivos, fazer gestos ameaçadores, humilhar, rejeitar e até mesmo ameaçar sexualmente um colega dentro de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o grupo são classificados como bullying. O problema pode ocorrer em qualquer ambiente social – em casa, no clube, no local de trabalho etc –, mas é na escola que se manifesta com mais freqüência.

O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater.

O Bullying é um problema mundial, encontrado em qualquer escola, não se restringindo a um tipo específico de instituição. Esse 'fenômeno' começou a ser pesquisado há cerca de dez anos na Europa, quando se descobriu que ele estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Geralmente os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que acreditavam não passava de uma ofensa boba demais para ter maiores conseqüências. No entanto, por não encontrar apoio em casa, o jovem recorria a uma medida desesperada. E no Brasil a situação não é diferente.

"O bullying é praticado em 100% das escolas de todo o mundo. Na maioria das vezes, ele é visto como brincadeira própria do amadurecimento da criança. Mas é devido a essa interpretação equivocada que a prática vem se alastrando cada vez mais. Por outro lado, não devemos generalizar e creditar ao bullying todas as situações que ocorrem dentro e fora da escola, ou de forma virtual. Primeiramente, temos que conhecer o fenômeno e saber diferenciá-lo das brincadeiras próprias da idade", explica a professora Cleo Fante, autora dos livros "Bullying Escolar" e "Bullying e Desrespeito: Como Acabar com Essa Cultura na Escola" (ambos da Editora Artmed), que desde desde 2000 vem pesquisando a questão da violência nas escolas, dedicando-se especialmente ao estudo do fenômeno bullying.

Segundo Cleo Fante, o fenômeno vem crescendo em todo o mundo. Em 2000, a média mundial era de 7% a 24% de envolvidos. Hoje, a média é de 5% a 35%. No Brasil os índices são elevados. No estudo, feito com um grupo de 2000 alunos, na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, descobriu-se que 49% estavam envolvidos em casos de bullying. Desses, 22% foram considerados vítimas, 15% agressores e 12% vítimas agressoras (aquelas que reproduzem os maus-tratos recebidos). "Caso as escolas não adotem medidas preventivas, o fenômeno pode expandir cada vez mais. Isso se justifica pelo fato de que muitas vítimas reproduzem os maus-tratos sofridos. Muitos agressores também acabam se tornando vítimas, num ciclo vicioso de vitimização", afirma Cleo Fante.

Quem já não teve um apelido ofensivo na escola? Ou mesmo sofreu na mão de um grupo de colegas que o transformava em 'bode espiatório' de brincadeiras no colégio? Exemplos não faltam. Entre alguns deles está o da gaúcha Daniele Vuoto, que conta toda a sua história em um blog onde também discute sobre o assunto e troca experiências com outras vítimas desse tipo de agressão, psicológica, física e até de assédio sexual.

"O aluno alvo de bullying se culpa muito pelo que acontece, e é preciso esclarecer isso: um aluno que agride outro, na verdade, também precisa de ajuda, pois está diminuindo o outro para se sentir melhor, e certamente não é feliz com isso, por mais de demonstre o contrário. A turma entra na onda por medo, não por concordar. Enxergar a situação dessa forma pode ajudar muito", conta Daniele.

Porém, a realidade de vítimas que 'sofrem em silêncio', como Daniele explica em seu blog, está mudando. Além de atitudes como a da estudante, em que pessoas utilizam a internet para procurar ajuda e trocar experiências, o assunto vêm ganhando corpo e se tornando pauta de veículos de comunicação de massa, a exemplo das matérias veiculadas no Jornal Nacional, da Rede Globo, e em discussões como a realizada no programa Happy Hour, do canal a cabo GNT.


O papel das escolas

Atualmente, diversas pesquisas e programas de intervenção anti-bullying vêm se desenvolvendo na Europa e na América do Norte. Um projeto internacional europeu, intitulado Training and Mobility of Research (TMR) Network Project: Nature and Prevention of Bullying, mantido pela Comissão Européia, teve a sua conclusão em 2001 e engloba campanhas do Reino Unido, Portugal, Itália, Alemanha, Grécia e Espanha.

Diversas discussões com os representantes das escolas participantes no programa foram desenvolvidas para obtenção de alguns princípios básicos na política de intervenção, e estabeleceu-se que, em cada unidade de ensino seria criado um Conselho formado por representantes da comunidade escolar, capaz de definir e priorizar as ações de acordo com os contextos sociais e políticos locais, buscando-se, assim, as soluções mais factíveis para a resolução dos problemas relacionados ao bullying.

No Brasil, o bullying ainda é pouco pesquisado, comentado e estudado, motivo pelo qual não temos indicadores que nos forneçam uma visão global para que possamos compará-lo aos demais países, a não ser dados de alguns estudos. Em levantamento realizado pela professora Ione da Silva Cunha Nogueira (2003) das teses e dissertações sobre o tema “escola e violência” nos programas de Pós-Graduação em Educação da Unesp/Araraquara, abrangendo o período de 1990 a 2000, a autora menciona que, dos trinta e seis trabalhos encontrados nesse período, nenhuma das pesquisas teve como alvo principal o bullying escolar, e sim a violência no ambiente escolar.

Embora as pesquisas ainda sejam modestas, já existem algumas medidas práticas sendo adotadas no país. Entre os dias 28 e 29 de março deste ano, por exemplo, a cidade de João Pessoa, na Paraíba, sediou o I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar. Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e o apoio de instituições privadas, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e ao adolescente. O documento foi enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Além disso já existe um projeto de lei, de 2007, que autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas públicas e privadasdo Estado de São Paulo.

Aos diretores, coordenadores e diretores das escolas*

Dicas para reduzir o Bullying dentro das escolas:

* Desde o primeiro dia de aula, avisem aos alunos que não será tolerado Bullying nas dependências da escola. Todos devem se comprometer com isso: não o praticando e avisando à direção sempre que ocorrer um fato dessa natureza.

* Promovam debates sobre Bullying nas classes, fazendo com que o assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos alunos.

* Estimulem os estudantes a fazerem pesquisas sobre o tema na escola, para saber o que alunos, professores e funcionários pensam sobre o Bullying e como acham que se deve lidar com esse assunto.

* Convoquem assembléias, promovam reuniões ou fixem cartazes, para que os resultados da pesquisa possam ser apresentados a todos os alunos.

* Facultem a oportunidade de que os próprios alunos criem regras de disciplina para suas próprias classes. Essas regras, depois, devem ser comparadas com as regras gerais da escola, para que não haja incoerências.

* Da mesma maneira, permitam que os alunos busquem soluções capazes de modificar o comportamento e o ambiente.

* Sempre que ocorrer alguma situação de Bullying, procurem lidar com ela diretamente, investigando os fatos, conversando com autores e alvos. Quando ocorrerem situações relacionadas a uma causa específica, tentem trabalhar objetivamente essa questão, talvez por meio de algum projeto que aborde o tema. Evitem, no entanto, focalizar alguma criança em particular.

* Nos casos de ocorrência de Bullying, conversem com os alunos envolvidos e digam-lhes que seus pais serão chamados para que tomem ciência do ocorrido e participem junto com a escola da busca de soluções.

* Interfiram diretamente nos grupos, sempre que isso for necessário para quebrar a dinâmica de Bullying. Façam os alunos se sentarem em lugares previamente indicados, mantendo afastados possíveis autores de Bullying, de seus alvos.

* Conversem com a turma sobre o assunto, discutindo sobre a necessidade de se respeitarem as diferenças de cada um. Reflita com eles sobre como deveria ser uma escola onde todos se sentissem felizes, seguros e respeitados.

*Fonte: Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência (ABRAPIA).



Ciberbullying - perigo anônimo

A internet, que pode ser um instrumento de auxílio às vítimas – como no exemplo de Daniele - também é usada por agressores em uma forma ainda mais prejudicial de bullying, o ciberbullying, que transfere para a internet as agressões que acontecem na sala de aula, no pátio e nos arredores do colégio, transcendendo os limites da instituição de ensino.


Hostilidades sempre existiram no ambiente escolar, mas elas se potencializam na rede mundial de computadores, diante da facilidade atual de criar páginas e comunidades na internet. Para humilhar colegas de escola, os meios utilizados vão desde e-mails e mensagens de celular, passando por fotografias digitais e montagens degradantes, a blogs com mensagens ofensivas. Os ataques também tomam forma em vídeos humilhantes e ofensas em salas de bate-papo.


"No mundo real, a agressão tem começo, meio e fim. Na internet, ela não acaba, fica aquele fantasma", compara Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor de prevenção da SaferNet Brasil, ONG cujo foco é desenvolver trabalhos contra a pornografia infantil na web. O resultado preliminar de uma enquete sobre segurança na internet realizada no site da ONG assusta: 46% de 510 crianças e adolescentes que responderam ao questionário afirmam que foram vítimas de agressões pela internet ao menos uma vez; 34,8% dizem que foram agredidos mais de duas vezes.


"A forma virtual é mais fácil de ser empregada do que as demais (física, verbal, sexual, material, psicológica), pois basta um toque na tecla 'enviar' para que os ataques se tornem reais. Tudo pode ser feito de forma anônima", explica Cleo Fante. Na escola, a identificação é mais fácil. Dependendo do grau de intensidade, as conseqüências podem incidir na saúde física, mental e na aprendizagem. Na Inglaterra, essa forma de praticar bullying foi responsável pelo suicídio de alguns adolescentes. E nesta categoria de bullying, não só os colegas da escola são vítimas, mas também professores, coordenadores e diretores de escolas. "Qualquer um de nós pode se tornar vítima de ataques virtuais e se deparar com fotografias montadas, piadinhas, comentários sexistas ou racistas sobre nossa própria intimidade", afirma Cleo Fante.


Segundo um estudo inglês encomendado pela Secretaria da Educação da Inglaterra, a popularização de equipamentos eletrônicos e o acesso à web agravou os casos de bullyng. Na pesquisa, 70% das crianças entre 12 e 15 anos afirmam já terem sido vítimas de ciberbullyng, que pode ser a publicação de foto montagens na internet, a divulgação de vídeos da criança sendo ofendida ou agredida por colegas entre outras formas de constrangimento.


No texto, os pesquisadores afirmam que o bullyng é registrado em diversos países e culturas e pode gerar distúrbios graves nas crianças vítimas deste tipo de assédio. Entre as conseqüências estão o isolamento da criança, a piora no seu nível de aprendizado e a formação de pessoas violentas. O estudo sugere uma ação mais ativa por parte das instituições de ensino para identificar e punir alunos que agridem colegas e sugere que o tema seja discutido em sala de aula, a fim de gerar uma cultura contra o bullying.


Algumas instituições brasileiras de ensino já têm tomado providências práticas para coibir o bullying. Na Escola Estadual Professor Walfredo Arantes Caldas, de São Paulo, alguns professores montaram um blog que informa e discute o problema com seus alunos.


Soluções

De acordo com Daniele, o primeiro passo é que a vítima precisa compreender que ser alvo dessa violência não é motivo de vergonha. Perceber que o silêncio não resolve nada e pedir ajuda. Contar para os pais ou alguém de confiança, além da direção da escola.


"Fazer cursos fora do colégio, atividades com outras pessoas, até cuidar de um bichinho, são coisas simples que ajudam a recuperar a auto-estima. Quanto mais ler sobre o assunto, melhor. Aí aos poucos o aluno vê que não tem culpa do que acontece, e que quem o agride também precisa de ajuda, afinal, agredir outro para se sentir melhor não é algo saudável", acredita.


A discussão também é vista por Cleo Fante como parte da solução do problema. Segundo ela, mesmo a escola não sendo muitas vezes o palco direto dessa forma de ataque, é um espaço que favorece a continuidade dos maus-tratos. Nesse sentido, ela recomenda que especialistas no assunto discutam com os profissionais da escola e com os alunos, encontrando maneiras de prevenir o bullying em suas diversas formas, com o objetivo de melhorar a qualidade das relações pessoais e de ensino.

Be-a-Bá do bullying*

O que é:

Bullying é um conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos que são adotados por um ou mais alunos contra outros colegas, sem motivação evidente. Em princípio, pode parecer uma simples brincadeira, mas não deve ser visto desta forma. A agressão moral, verbal e até corporal sofrida pelos alunos provoca dor, angústia e sofrimento na vítima da "brincadeira", que pode entrar em depressão.


As principais formas de maus-tratos:

* Físico (bater, chutar, beliscar).
* Verbal (apelidar, xingar, zoar).
* Moral (difamar, caluniar, discriminar).
* Sexual (abusar, assediar, insinuar).
* Psicológico (intimidar, ameaçar, perseguir).
* Material (furtar, roubar, destroçar pertences).
* Virtual (zoar, discriminar, difamar, por meio da internet e celular).
* Sinais de que seu filho é vítima bullying
* Apresenta com freqüência desculpas para faltar às aulas ou indisposições como dores de cabeça, de estômago, diarréias, vômitos antes de ir à escola.
* Pede para mudar de sala ou de escola, sem apresentar movitos convincentes
* Apresenta desmotivação com os estudos, queda do rendimento escolar e dificuldades de concentração e aprendizagem.
* Volta da escola irritado ou triste, machucado, com as roupas ou materiais sujos ou danificados.
* Apresenta aspecto contrariado, deprimido, aflito, ou tem medo de voltar sozinho da escola.
* Possui dificuldades de relacionar-se com os colegas e fazer amizades.
* Vive isolado em seu mundo e não querer contato com outras pessoas que não façam parte da família.

O que fazer se o seu filho é vítima

* Observe qualquer mudança no comportamento.
* Estimule para que fale sobre o seu dia-a-dia na escola.
* Não culpe a criança pela vitimização sofrida.
* Transforme o seu lar num local de refúgio e segurança.
* Ajude a criança a expressar-se com segurança e confiança.
* Valorize os aspectos positivos da criança e converse sobre suas dificuldades pessoais e escolares.
* Procure ajuda psicológica e de profissionais especializados.
* Sinais de que seu filho pratica bullying.
* Apresenta distanciamento e falta de adaptação aos objetivos escolares.
* Volta da escola com ar de superioridade, exteriorizando ou tentando impor sua autoridade sobre alguém.
* Apresenta aspecto e/ou atitudes irritadiças, mostrando-se intolerante frente a qualquer situação ou aos diferentes aspectos das pessoas.
* Costuma resolver seus problemas, valendo-se da sua força física e/ou psicológica.
* Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com os irmãos e pais, podendo chegar a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física.
* Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.
* Apresenta habilidades em sair-se de "situações difíceis".


O que fazer se o seu filho pratica bullying

* Observe atentamente o comportamento e os sentimentos expressos pela criança.
* Mantenha tranqüilidade e calma. Converse, objetivando encontrar os motivos que o levam a agir desta maneira.
* Reflita sobre o modelo educativo que você está oferecendo ao seu filho.
* Evite bater ou aplicar castigos demasiadamente severos. Isso só poderá promover raiva e ressentimentos. Procure profissionais que possam auxiliá-lo a lidar com esse tipo de comportamento.
* Dê segurança e amor.
* Incentive a mudança de atitudes. Um bom começo é pedir desculpas e deixar a vítima em paz.
* Não ignore o fato ou ache desculpas para as suas atitudes. Lembre-se que com o tempo esse comportamento pode conduzir a uma vida delituosa e infeliz.
* Procure a direção da escola ou ajuda de um conselho tutelar.
* Participe de projetos solidários propostos pela escola e incentive seu filho a participar.


*Fonte: Centro Multiprofissional de Estudos e Orientação Sobre o Bullying Escolar (CEMEOBES).


Saiba mais >> Texto de Cleo Fante tipo slideshow, com info resumidas, dados estatísticos, entre outros >> VideoChat que aconteceu após matéria exibida no programa Fantástico, da TV Globo >> Livro "Violência nas Escolas", produto de uma linha de pesquisas da UNESCO – Brasil, que desde 1997 focaliza temas como: juventude, violência, cidadania e vulnerabilidade social >> Aula em power point sobre Bullying disponibilizada pelo site observatório da infância

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